Historial
A história do Críquete em Portugal, começa durante a Guerra Peninsular, quando as tropas britânicas de Wellington acampavam em Lisboa.
O facto de existir, ainda hoje (desde 1861) anualmente, este jogo disputado entre Porto e Lisboa, é um testemunho e demonstra que esta modalidade é praticada em Portugal. A tradição é um dos aspectos muito importantes no jogo do críquete, e por esta mesma razão, a administração do críquete em Portugal tem o objectivo de manter estas tradições, que fazem com que o críquete seja jogado na íntegra.
No entanto, esta tradição também tem sido parcialmente responsável pelo fracasso da modalidade em Portugal. No passado o jogo era visto como um desporto com laços inteiramente ingleses e no domínio exclusivo de um pequeno grupo de famílias britânicas, que se tinham radicado em Portugal há longos anos, e embora tivesse atraído algumas famílias locais, o críquete nunca teve a oportunidade de desenvolvimento.
Para que o críquete em Portugal siga em frente, é essencial que a modalidade seja difundida num vasto espectro, respeitando as velhas tradições, num espírito desportivo e um comportamento cavalheiresco. A ironia do destino obriga o jogo do críquete a receber um estímulo decisivo, após o 25 de Abril, vendo as ex-colónias portuguesas seguir o seu destino para a indepedência. A população portuguesa vê-se obrigada a regressar a Portugal. Vindos de países com Goa (India), Angola e Moçambique. Os portugueses radicados nessa colónias absorvendo a cultura desportiva tomam assim o conhecimento e as tradições do críquete.
Tentar aproveitar este potencial e juntar o talento não foi tarefa fácil, mas com a ajuda, orientação e compreensão do ECC (European Cricket Council), a administração do críquete em Portugal empenha-se num plano de desenvolvimento, para que a modalidade venha a ser verdadeiramente um jogo a nível nacional, nos próximos anos. Nos últimos anos Portugal demonstrou possuir talentosos jogadores de críquete.
Portugal sagrou-se campeão europeu, no que viria a ser o último ECF Championiship em 1995, em 1997 fica em segundo lugar no primeiro ECC Trophy em Suíça e novamente medalha de prata em 1999 em Corfu (Grécia). Sendo convidado a participar no ECC European Championships em Escócia em Junho de 2000, ao lado do European ICC Associates. Foi uma honra e um grande elogio para os jogadores portugueses. A nossa equipa neste evento consegue eliminar a Grécia e Israel, perdendo por muito pouco a Gilbraltar, França e Alemanha.
No ECC Trophy em 2001 na Àustria, Portugal cimenta a sua posição em primeiro plano no críquete europeu, com confortáveis vitórias contra a Suécia, Espanha, Finlândia e Malta, enfrentando os favoritos a Bélgica nas meias- finais. Os belgas provaram ser a única equipa a limitar a equipa das quinas a não atingir os 200 pontos, nos seus designados 35 overs, mas apesar disso a consistência dos lançadores portugueses e a tenacidade dos seus companheiros em campo, alcançam a final com 10 pontos de avanço. Na final contra a Àustria (equipa anfitriã), Portugal ganha o campeonato por 9 wickets. Com esta vitória a equipa das quinas é novamente convidada a participar no ECC Championships em Irlanda em 2002.
Talvez, ainda mais notável tenha sido a proeza no Críquete de Salão. Portugal já arrecadou 3 dos 4 troféus do ECC Indoor Championships. Como outsiders a equipa portuguesa participa pela primeira vez nesta nova vertente de críquete, em Versailles, França em Fevereiro de 1998, surpreendendo todos com a sua vitória. Um ano mais tarde repete a façanha em Mechelen, Bélgica. Em Espanha em 2000, Portugal perde nas meias-finais contra a Holanda vindo esta a ser campeã nesse ano. Em 2001 os jogadores portugueses, jogando em casa, Mafra, elimina os holandeses, (este campeonato teve um sabor especial J). Empoleirado à porta de uma nova era, o críquete em Potugal olha para o futuro com confiança, tendo a consciência de manter as velhas tradições da modalidade.
Actualizado em (Sexta, 24 Setembro 2010 15:45)